Mês de setembro marcado pela fé

13-10-2015 18:44

O mês de Setembro ficou marcado pela festa do Sagrado Coração de Jesus, no contexto do agradecimento das colheitas. Os três primeiros domingos do mês ficaram assim assinalados por uma das festas que marca o calendário religioso no final do verão. Passagem duma estação para outra, a hora é de agradecer pelos bens recebidos. 

Como tudo na vida, também a atitude religiosa dos cristãos vai acompanhando as mudanças sociais e que se reflectem por vezes na mudança de atitudes. 

Hoje as colheitas que agradecemos mudaram um pouco, mas temos sempre imensas coisas para agradecer a Deus.

Depois do Peral, foi a vez de Cardigos, S. Pedro do Esteval e Proença-a-Nova. Ao longo das semanas que antecedem a festa, de porta em porta se vão recolhendo as ofertas, em dinheiro ou géneros e que são depois leiloadas.

A Eucaristia seguida da procissão marca o centro da festa e só depois vêm os bens vendidos a quem dá mais.

Em S. Pedro do Esteval e Cardigos, os andores e os cestos levados às costas ou à cabeça dão um colorido deveras avassalador às ruas por onde passa o cortejo.

Neste ano o dia 14 trouxe chuva e se em S. Pedro ainda foi possível fazer a procissão e o leilão na rua, o mesmo já não aconteceu em Cardigos. A chuva marcou a tarde e a solução encontrada foi a de fazer a procissão e o leilão na Igreja. Como é grande, permitiu que se pudesse dar continuidade à festa depois da Eucaristia. E assim foi! E as pessoas marcaram a sua presença e lançaram as suas ofertas. 

Já em Proença o sol e o calor ajudaram à festa. Aqui a tradição passa por transportar as ofertas em carrinhas. A Vila é dividida em grupos, (Azinharias, S. Bartolomeu, Cheira, Castanheiro Grande), que estendem a sua influência às zonas circundantes. No final da missa, o ritual é o mesmo dos outros locais. E lá vemos cada carrinha com grupos de pessoas em volta, observando o que há, e como vão andando as vendas. Os leiloeiros fazem render o seu peixe e vão aguentando para o fim os produtos mais cobiçados. “Vá lá, leiloo agora, aquele bolo… olhe eu queria aquele coelho” e claro vai sempre havendo quem ajude à festa e vai elevando o preço. 

Também nalgumas capelanias, nomeadamente no Pergulho e nas Moitas, ainda se mantêm a tradição do leilão de produtos.

O leilão das fogaças é uma disputa saudável, cuja tradição se vai perdendo, pois já não há quem, movido pela fé, percorra as casas recolhendo as ofertas. Os mais velhos acham que devem ser os mais novos a fazer, os mais novos não estão nem aí e assim vamos caminhando em Igreja que precisa definitivamente de cristãos que vivam a sua fé numa doação total a Deus e aos outros, em Igreja e com a Igreja.