Creio na SANTA IGREJA CATÓLICA (II)
YOUCAT no nosso Jornal
Amar a Igreja e servi-La, como os primeiros cristãos, é síntese da nova evangelização que o mundo e a própria IGREJA tanto precisam.
Como é que se ama e estima o que ao longo dos tempos temos deformado? Foi esta a questão que deixei em aberto, no número anterior desta rubrica. Hoje, apenas darei espaço ao leitor para sua própria reflexão e resposta.
Há uns bons anos atrás, num Domingo, estando de visita a amigos, que não tinham preocupação de guardar o Dia do Senhor, fiz questão de dizer que ia à Santa Missa. Então todos resolveram ir. A Igreja era perto, o dia estava bonito, era um passeio a pé! Domingo do Bom Pastor, as leituras e homilia versavam os textos bíblicos onde Jesus se compara à porta do redil e ao pastor, sendo nós as ovelhas do Seu rebanho (Jo 10). À saída o mais velho do grupo, fez parar os restantes e disse muito convencido: “Estão a ver porque é que eu não venho à Missa? Então eu sou algum carneiro”?
Nos tempos de hoje, aqui bem na nossa terra, de pessoas maduras, que vão à Santa Missa, ouvimos: “Eu vou lá, mas não me diz nada, oiço sempre as mesmas histórias!”.
Outra pessoa, bem idosa, à minha saudação matinal disse: “Lá vai para a Missa?” É verdade! Respondi. Ficou resmungando em tom mais baixo: “Quem muito reza de alguma coisa tem medo…”
Ao convite para participar numa formação, alguém afirmou: “O que eu sei chega. Quanto mais aprendo mais responsabilidade tenho. Não preciso saber mais.”
E a quem, com a mulher e os filhos, sempre foi católico praticante, ouvi: “Eu não acredito que as palavras da Consagração, proferidas pelo Sacerdote, transformem o pão e o vinho no Corpo e no Sangue de Jesus”.
A muitos daqueles com quem convivemos, todos nós já escutámos: “Acredito em Deus, mas à Igreja não vou… porque os Padres… porque os que lá vão são os piores… eu cá tenho a minha fé”...
E nós que assinamos e lemos o Jornal da nossa Terra, que conhecimento temos desta “Mãe de idade muito avançada, com muitas rugas”, mas que gerou e gera em nós a Vida de Deus, pela Graça dos Sacramentos, da Palavra e da Oração?
Nem todos temos oportunidade ou possibilidade de frequentar cursos, formações, fazer boas leituras, estudar a sério o Catecismo da Igreja Católica… Mas todos, se quisermos, temos possibilidade de rezar, ler a Bíblia, estar a sós com Deus… Falar com Ele, como se Ele estivesse ali ao nosso lado, em casa ou em qualquer sítio. Fazer o que fez aquele recluso, que nunca tinha ido à Igreja, muito menos à catequese, mas que enquanto estava na cela lia a Bíblia que as senhoras visitadoras, voluntárias, lhe ofereceram. Leu-a toda, três vezes seguidas! Ao fim desse longo tempo, ele já não era mais o criminoso perigoso mas, totalmente convertido, o cristão autêntico que ama a Igreja, porque descobriu o Tesouro que Ela detém.
No próximo número tentaremos abrir este Tesouro.
Por: Maria Albertina Castanheira