Reflexões

Imergir nas devoções com o coração aberto às missões

13-10-2015 18:43
Mais uma vez tivemos a graça de entrar no mês de outubro, que é pela força da tradição, mês de Nossa Senhora do Rosário e mês Consagrado às Missões. Neste mês de Outubro, na nossa Unidade Pastoral de Proença-a-Nova tivemos também a graça de encerrar no passado dia nove o périplo do Santíssimo Sacramento iniciado a sete de agosto e que percorreu todas as igrejas e capelas das paróquias de Cardigos, Peral, S: Pedro do Esteval e de Proença-a-Nova. Vamos ter a graça de acolher a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, cuja entrada na nossa Diocese de Portalegre-Castelo Branco é feita pelo arciprestado da Sertã em Oleiros, seguindo depois para Sertã, Vila de Rei e por fim Proença-a-Nova onde será acolhida a15 de outubro (ver programa). Assim, o mês de Nossa Senhora do Rosário e a peregrinação da imagem de Nossa Senhora de Fátima pelos nossos lugares são oportunidades chave para reforçarmos a nossa devoção mariana, a nossa devoção filial, para revitalizarmos a nossa vivência de fé, empreendendo simultaneamente a oração do Rosário e meditação dos mistérios da nossa redenção, a nível pessoal, familiar, comunitária (...) quer andando pelos caminhos e nas viagens, quer nos momentos de alegria, serenidade, dúvidas ou tristezas.
Isto faz-nos voltar à fonte da experiência cristã e abre-nos novas estradas e possibilidades inimagináveis. Uma das grandes estradas no nosso horizonte é o desejo missionário, movido simultaneamente pela paixão por Cristo e pelas pessoas. Porque para nós, cristãos, a Boa Nova de Cristo é revolucionária, impõe-se e exige-se um compromisso social e evangelizador. Acontece, porém, que muitos fiéis esquecem a dimensão missionária inerente ao batizado, esquecem a urgência do “Ide” sem “medo” para “servir”, do ide anunciar o Reino de Deus, e reduzem a sua vida cristã a uma piedade individualista, alimentada apenas pela receção dos sacramentos, quiçá alguns uma vez no ano.
É hábito afirmar que se é cristão pelo facto de receber os sacramentos, por rezar o rosário, pelo facto de ter mil e uma devoções e outras tantas imagens expostas devotamente. Tudo isto é importante e tem o seu mérito no plano da piedade, mas o caminho decisivo e objetivo é ir passando da vida exclusivamente centrada no culto a uma vida evangelizadora, dedicada a abrir caminhos ao Reino de Deus, no meio de problemas, de lutas e dos sofrimentos que existem no mundo, na conjugação da fé e da caridade na construção dum mundo melhor e com Deus.
Há quem insiste em afirmar que a história do mundo seguirá inevitavelmente os caminhos de injustiça e de sofrimento. Ao contrário, na verdade do Evangelho brota uma proposta que nos impele a construir um mundo mais justo, inclusivo, fraterno, solidário, sócio-caritativo, onde os pobres, os fracos e os descartáveis da sociedade estejam no centro das nossas preocupações e do nosso agir. Porque Cristo é a alternativa, porque em nós, seus fiéis, Ele está comprometido para um mundo diferente e melhor.
Portanto, o cristão não pode fugir do mundo mas deve procurar transformá-lo positivamente, inserindo nele os valores verdadeiros, à imitação de Cristo. 
Perante o desafio da missão num mundo carente de nova evangelização, o Santo Padre afirma que na ordem de Jesus – “Ide” - estão contidos os cenários e os desafios sempre novos da missão evangelizadora da Igreja (…) No campo imenso de acção missionária da Igreja, cada batizado é chamado a viver o seu compromisso, segundo a sua situação pessoal, independentemente dos cargos e da formação. Missão que começa na família. Importa, pois, nas nossas famílias (Igreja Doméstica), comunidades, paróquias, recuperar o apelo de Jesus para abrir caminhos ao Reino de Deus na vida corrente.
Este é um tempo de renovação espiritual, de nova evangelização, é a hora da nossa libertação, tornando real o mandato de Jesus: “Ide” sem “medo” para “servir”, para “anunciar o Reino de Deus”, nas razões das Bem-Aventuranças. De maneira tão simples como defender os mais débeis e esquecidos; cuidar da convivência, de modo a ser mais justa e solidária; estar acessível para escutar e dar testemunho de que há lugar para o perdão, compreensão e tolerância; curando patologias religiosas, pondo a religião ao serviço do ser humano; curar o medo à morte, alentando a confiança em Deus e infundindo a esperança na sua salvação eterna… Sempre imbuídos daquele que diz: “Assim como Eu vos amei, também vós deveis amar-vos uns aos outros. Se tiverdes amor uns para com os outros, todos reconhecerão que sois meus discípulos (Jo 13,34-35). 
A vivência que foi da peregrinação do Santíssimo Sacramento, com tudo aquilo que implicou e remexeu; o mês de Nossa Senhora do Rosário, com todas as devoções tão próprias da piedade e culto do cristão; a visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima à nossa terra/comunidade, têm que questionar a nossa vida de cristão: dar-nos fôlego para imergir ainda mais nas devoções e impelir-nos para a missão. 
Pe. Ilídio Graça
 

A casa cheia

13-10-2015 18:43

Acabou o Verão. Tive a casa cheia. Ora filhos e as suas famílias, ora só netos, ora familiares. Tudo bem! Alguma confusão...! Uma alegria. Uma bênção do Céu. Acontece que tanto como mãe ou como avó há muito trabalho a fazer. Não é fácil.

Para que essa tarefa educativa seja eficaz há que criar e manter um ambiente adequado, para que se possa transmitir ou aceitar qualquer mensagem. Necessitamos em primeiro lugar um mínimo de bem-estar a todos os níveis. Necessitamos de um plano de vida, onde vamos colocar, tempo de repouso, tempo de atividades, tempo espiritual, incluindo a Eucaristia Dominical, as orações diárias habituais, tempo de partilha, tempo de dizer “não” ao consumo desnecessário etc.

Não é acertado neste tempo de férias uma imposição de autoridade, acho que o ideal é sermos amigos e generosos com filhos, noras, e netos, onde eles sintam que podem confiar as suas inquietações e os seus problemas. Eles, aliás, esperam uma ajuda eficaz e amável. Este aspeto é importante, porque só onde se respira um ar fresco de liberdade, das virtudes humanas e cristãs, da essência da educação familiar é que se encontra um terreno apropriado para semear.

A liberdade deve ser sempre acompanhada de responsabilidade. Há que moldar as almas e que nelas se veja a imagem de Deus. Somos o único Evangelho vivo que todos leem. Isto exige um esforço pessoal.

Não basta pôr um modelo de comportamento só com palavras. São imprescindíveis as obras, o bom exemplo, dentro das limitações próprias de cada um de nós. Nesses dias de casa cheia tudo é julgado, umas vezes para o bem outras vezes para o mal. Em muitas situações há que despachar o nosso próprio “eu”, sorrir e principalmente dar graças a Deus, de tanto trabalho, santificá-lo e santificar os outros. Temos de ser demasiado bondosas mas com rigor, temos de ser sobrenaturais e humanas na nossa conduta. 

Trabalhar com muito carinho, amor, mansidão, criatividade para colocar os nossos talentos a funcionar, calar em determinadas ocasiões, escutar, aceitar críticas com sorriso sincero e pedir a Deus ajuda e paciência para momentos menos agradáveis. 

Há que explicar as coisas com calma e pedagogia cristã para que percebam desde pequenos, e a pouco e pouco, vejam o sentido verdadeiro da vida. Ter cuidado para não cairmos no extremo oposto, pois teria efeitos nefastos. 

Este espaço de férias é também ocasião para se discutir qualquer assunto. Nestes momentos temos a oportunidade de eleger o que é bom e o que é mau e com a graça de Deus ensinar-lhes a administrar o bem. Há também que atender ao tempo livre diário, ao descanso ao fim de semana, e ao ambiente que envolve cada caso. 

Um ponto importante é também o uso da televisão, computador e redes sociais, que constituem uns dos meios habituais de descanso. Há que ter sentido de responsabilidade na maneira como são utilizados. Verificar até que ponto está a condicionar a vida de algum neto ou de outro membro familiar. Se há que corrigir alguma coisa temos o dever de o fazer com muita generosidade e humildade, lembrar que nas redes sociais, falamos sempre para um público e sempre que comentamos ou colocamos um “ like “ estamos a falar para muita gente. Têm de saber se aquilo que se coloca numa rede social é coerente com a nossa vida social e cristã. Se ao comunicar vai fazer pensar, sorrir, se tem humor, se tem importância, se é prudente.

Muitas são as possibilidades que se abrem, mas exigem uma permanente atenção para não deixar passar boas oportunidades, por exemplo a leitura de livros adequados, acontecimentos, culturais, diversões saudáveis, fazer pratos de culinária especiais, colocar pormenores originais na nossa casa, distribuir pequenos serviços fora e dentro de casa que ajudam a não ser egoístas, individualistas etc. Tudo isto põe em jogo uma aprendizagem fundamental para a vida. Com a casa cheia, no meu exame diário, perguntava a mim mesma: - Que avó sou eu? 

Acho que temos de ser um pouco crianças e para tentar alcançar essa meta. Faz- me pensar em Jesus na sua vida pública, quando quis indicar um único caminho que conduz com segurança ao Reino sem fim, diz estas palavras: “ Se não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus”. É um preço tão inacessível aos soberbos, quando está ao alcance dos humildes e de todos os que se tornam, com esforço, homens de boa vontade.

Luisa Loureiro

Depois das Férias

13-10-2015 18:42

No dia 4 de Outubro festejou-se S. Francisco de Assis o santo da humildade, protector da Natureza e cujo nome foi escolhido pelo nosso Papa. Na encíclica “Louvado Sejas” o Papa faz contínuas referências a S Francisco e à sua acção na defesa da Criação dizendo que não era um simples asceta mas “uma renuncia a fazer da realidade um mero objecto de uso e domínio. Por outro lado, São Francisco, fiel à Sagrada Escritura, propõe-nos reconhecer a natureza como um livro esplêndido onde Deus nos fala e transmite algo da sua beleza e bondade: «Na grandeza e na beleza das criaturas, contempla-se, por analogia, o seu Criador» (Sab 13, 5) e «o que é invisível n’Ele – o seu eterno poder e divindade – tornou-se visível à inteligência, desde a criação do mundo, nas suas obras»” (ponto 12). 

O santo de Assis é o padroeiro dos animais e o Papa também condena os maus-tratos aos animais e diz ser errada a visão dos outros seres vivos como “objectos” que podem ser “submetidos ao domínio arbitrário do ser humano”. Diz ainda que a Natureza não pode considerar-se “objecto de lucro e de interesse”.” 

A visão que consolida o arbítrio do mais forte favoreceu imensas desigualdades, injustiças e violências para a maior parte da humanidade, porque os recursos tornam-se propriedade do primeiro que chega ou de quem tem mais poder: o vencedor leva tudo”. Nesse mesmo sentido a superioridade do ser humano não deve ver-se como “domínio irresponsável” mas como “capacidade diferente que por sua vez, lhe impõe uma grave responsabilidade derivada da sua fé”. 

O Papa alerta-nos para que a “indiferença ou a crueldade” com as outras criaturas acaba por “repercutir-se no tratamento dos seres humanos”, “O coração é um só, e a própria miséria que leva a maltratar um animal não tarda a manifestar-se na relação com as outras pessoas. Todo o encarniçamento contra qualquer criatura «é contrário à dignidade humana». Não podemos considerar-nos grandes amantes da realidade, se excluímos dos nossos interesses alguma parte dela: «Paz, justiça e conservação da criação são três questões absolutamente ligadas, que não se poderão separar, tratando-as individualmente sob pena de cair novamente no reducionismo». 

Tudo está relacionado, e todos nós, seres humanos, caminhamos juntos como irmãos e irmãs numa peregrinação maravilhosa, entrelaçados pelo amor que Deus tem a cada uma das suas criaturas e que nos une também, com terna afeição, ao irmão sol, à irmã lua, ao irmão rio e à mãe terra. (pontos 82 e 92).

O Papa usa a linguagem de S Francisco no maravilhoso Cântico das Criaturas que todos poderemos ler e que pode considerar-se um dos mais belos hinos de louvor ao nosso Criador.

 Regressada de férias, vivificada pelo mar, confesso que senti sempre alguma nostalgia para não dizer tristeza, ao ver e ouvir o que se passava e infelizmente continua a passar-se com os migrantes, aqueles que não procuram uma melhor vida mas simplesmente “só a Vida porque para trás só deixaram morte”. 

Olhando a imensidão do mar pedi a Deus por todos eles e convido a todos a que se não for possível fazer mais nada, pelo menos se faça uma corrente de oração por aqueles nossos irmãos. 

Também foi com alguma ansiedade que vi os fogos que nos fustigaram principalmente no norte e centro do país. Pergunto-me como é possível ainda haver incendiários criminosos ou descuidados. É assim que cuidamos da nossa casa comum que é a Terra? 

Maria Teresa Conceição

Dois Senhores

13-10-2015 18:41

Há já alguns anos que ouvimos falar do deficit, da dívida externa, empréstimos, juros, cortes nos rendimentos das pessoas e ajustamento.

Por causa da globalização, um problema económico ou financeiro que ocorra num país, tem consequências para os outros.

Geralmente associado aos problemas económicos vem o problema social. Há, na sociedade atual, uma parte da população que vive com muito baixos rendimentos e que as crises sucessivas têm tornado ainda mais frágeis.

Para colmatar situações muito difíceis, as entidades que se ocupam em obras sociais são cada vez mais solicitadas.

É certo que o que se torna mais visível é o que foi dito atrás, mas se formos ao fundo da questão, se procurarmos as causas primeiras encontramo-nos sempre com o mesmo problema - problemas de ordem moral.

Temos conhecimento de grandes financeiros que, em vez de porem os seus talentos e saber ao serviço do desenvolvimento de meios que criem riqueza para todos, constroem esquemas, por vezes fraudulentos, para o enriquecimento rápido de alguns poucos. 

Muitos governantes são imprudentes utilizando mal os recursos de que dispõem e contraindo dívidas. Não em bem de investimentos que, com o decorrer do tempo se pagam a si próprios e geram riqueza para o país, mas em obras vultosas não necessárias e que criam encargos pesados para as novas gerações.

Atividades, como a bancária, que se baseiam essencialmente na confiança entre os diversos intervenientes, veem essa confiança traída por operação ruinosa.

Estes procedimentos resultam de haver uma ignorância por parte de todos, do que é o procedimento moral. As ações de que falei são possíveis porque quem as faz dispõe de meios mas não se interroga se deve ou não tomar essas decisões.

Como sabemos todas as coisas têm o anverso e o reverso. Uma coisa boa em si, se for mal utilizada pode conduzir a fracassos. Basta recordar que Alfredo Nobel fabricou a dinamite para que fosse usada pelos operários que trabalhavam nas minas, poupando-lhes muito esforço e um mais rápido resultado; todavia, a maior aplicação que os homens lhe deram foi como arma bélica.

A indiferença religiosa que grassa no mundo e, em especial, na velha Europa, vem dar corpo à falta de sentido moral. Este facto repercute-se nos costumes e na convivência entre as pessoas.

O homem tornou-se o centro de tudo, fazendo o que lhe apetece, seja bem ou mal, lutando para obter não apenas o necessário mas também o supérfluo. Todos os meios lícitos ou ilícitos são utilizados na reverência prestada ao deus que adoram- o dinheiro.

Há no Evangelho uma passagem em que expressamente se diz que “ não podes servir a Deus e ao dinheiro”. Significa isto que, já no tempo em que Jesus esteve na terra, havia aqueles que escolhiam o dinheiro como seu farol.

O dinheiro é necessário e todos devemos fazer o possível para, através do nosso trabalho, obter o suficiente para nos mantermos e à nossa família com dignidade; todavia, hoje encontramos uma forma consumista que é insaciável.

Em contraste com estes há aqueles que possuindo alguns bens, por vezes poucos, repartem com os outros, ajudando-os a minorar as suas dificuldades.

Este procedimento acontece quando vemos no outro um irmão ou até o próprio Cristo.

Alguém afirmou que “Estas crises são crises de Santos”. É verdade. Se cada um de nós sair do seu egoísmo e se abrir aos outros, será melhor para todos.

Margarida Raimond - Professora

 

“O dia em que o sol bailou”: Santuário de Fátima apresenta

13-10-2015 18:40

 Coreografia evocativa   da última aparição

 

 “O dia em que o sol bailou” é o título da obra coreográfica alusiva à última aparição da Virgem Maria na Cova da Iria, a 13 de outubro de 1917, que vai ser apresentada em maio de 2016 no Santuário de Fátima, revelou hoje a sua sala de imprensa. 

A afirmação «sou do Céu», enunciada por Maria aos pastorinhos aquando do primeiro encontro, constitui «a semente» do projeto, e é com ele que a companhia “Vortice Dance Company”, sediada em Fátima, iniciará o espectáculo.

A génese criativa passou a etapa da investigação dos conteúdos, estando agora «numa fase de pesquisa e de construção de todo o grafismo que servirá de suporte ao espetáculo», explicaram os coreógrafos e bailarinos Cláudia Martins e Rafael Carriço. 

«Quando falamos em pesquisa, falamos na criação de vários caminhos e na triagem dos mesmos. Trilhos que criamos e que de uma forma orgânica e criativa nos permitem fazer a simbiose de um conteúdo temático muito específico e sublime do ponto de vista humano e espiritual, com uma linguagem artística contemporânea e multidisciplinar», referem. 

Os autores sublinham que a sua criação incide sobre os aspetos que mais os «sensibilizam e surpreendem» na história e «extensão da palavra de Nossa Senhora de Fátima no tempo e no espaço, que será o mesmo que dizer, até aos dias de hoje e no mundo inteiro».  «É nesta fase que estamos a definir as partes que realmente pretendemos descrever de forma literal e fidedigna, como certos pormenores da vida dos pastorinhos e os factos a partir dos quais pretendemos criar metáforas com situações dos dias de hoje», mostrando a atualidade das aparições, tendo em conta que «as artes performativas além de questionarem e de transformarem, também podem ser um veículo de mensagens».

O segundo trabalho da “Vortice Dance Company” para o Santuário de Fátima pretende «criar um formato artístico inovador, que reflita a essência da Mensagem de Fátima na sua plenitude. O ontem, hoje e amanhã, tocados pela força mobilizadora da fé e da oração; um espetáculo diferente que seja transversal às diferentes gerações».

A coreografia vai ser apresentada no Centro Pastoral de Paulo VI, em Fátima, nos dias 11, 13 e 15 de maio. 

A primeira encomenda do Santuário à companhia de dança ocorreu em 2006, com a peça “A solo com os anjos”, desenvolvida para as celebrações dos 90 anos das aparições do anjo na Cova da Iria. A coreografia foi apresentada em várias cidades portuguesas, tendo sido levada, a convite da embaixada de Portugal em Marrocos, a Rabat e Casablanca.

[(https://www.snpcultura.org/o_dia_em_que_o_sol_brilhou_santuario_fatima_apresenta_coreografia.html, Rui Jorge Martins, Publicado em 22.09.2015]

 

 

África, para além do Ébola

13-10-2015 18:40

Em conjunto com um grupo de médicos, Manuel Lago, engenheiro naval natural de Vigo, Espanha, a residir há 35 anos na Costa do Marfim, impulsionou em 2004 a criação de Walé, um centro de cuidados primários e de formação em saúde, bem como um dispensário na aldeia de Toumbokro, situada a 28 quilómetros de Yamusukro, que é a capital oficial do país, embora o Governo se encontre em Abijan. 

Manuel Lago explica que a ideia surgiu “face ao drama daquela população pobre no acesso à saúde: poucos estabelecimentos, atenção insuficiente e custos, que embora moderados, são proibitivos para a maior  parte daquelas pessoas”. Nas cidades da Costa de Marfim há hospitais mas são poucos para atender corretamente os numerosos doentes. “Além disso, e talvez seja o mais grave, as consultas não são gratuitas e os medicamentos e o material de saúde (compressas, gases, anestesia, etc.) têm ser comprados pelos próprios doentes”.

Durante o ano passado realizaram-se em Walé mais de 30.000 consultas e 44.000 análises e atualmente são atendidos no centro médico 2.656 doentes de VIH Sida. “Tivemos um alarme de uma doente cujos sintomas faziam suspeitar que fosse um caso de ébola, mas felizmente foi um falso alarme. De facto, o ébola não afetou a Costa do Marfim”. “O nosso objetivo é dar uma assistência de cuidados primários de qualidade a preços muito reduzidos e facultar os medicamentos necessários ao melhor preço possível”.

Juntamente com os cuidados de saúde, outro dos objetivos de Walé é reduzir os riscos da automedicação, bem como proporcionar aos doentes educação em matéria de nutrição e prevenção de doenças derivadas de uma deficiente higiene. Um dado significativo é que cerca de 80 por cento dos doentes são mulheres e crianças.

Paralelamente ao número de doentes, com o passar dos anos, foi também crescendo o prestígio do centro médico entre a população mais necessitada. “Um dia apareceu um táxi que trazia um rapaz de cerca de 20 anos desmaiado. Impossível saber quem era. O taxista disse-nos que umas pessoas o tinham encontrado desmaiado na rua e disseram-lhe que o trouxesse para Walé, pagando-lhe a corrida; bons samaritanos que, como toda a gente em Yamusukro, sabiam que Walé faria o impossível para salvar a vida do doente. O médico que o recebeu diagnosticou-lhe rapidamente uma situação urgente de peritonite. Era preciso tentar localizar a família e enviá-lo para um hospital onde o pudessem operar. Foi posto a soro e quando recuperou um pouco o conhecimento, foi-lhe perguntado se tinha um número de telefone para onde se pudesse ligar. Deu o número do telemóvel do pai, mas não atendia. Levámo-lo para uma clínica com sala de operações, onde foi operado a cargo de Walé e salvou-se-lhe a vida. 

Por fim demos com o pai: era um agricultor que estava no campo, numa zona sem sinal, e que só ligou quando regressou a casa, à tarde. Quando se lhe comunicou que o seu filho já tinha sido operado ficou logicamente muito agradecido e comprometeu-se a ir pagando as despesas com a operação, pouco a pouco, coisa que foi fazendo na medida das suas escassas possibilidades”.

Este episódio reflete as necessidades do país, a dignidade das pessoas que vão às consultas, o empenho e o espírito na ajuda que aqui está subjacente. Porque, como salienta Manuel Lago, “seja qual for a sua situação económica, em Walé o doente é sempre uma pessoa que necessita de compreensão, de afeto e de respeito”. (Texto adaptado)

Maria Susana Mexia

Ao encontro das pessoas, famílias e comunidades

13-10-2015 18:38
A nossa Diocese de Portalegre-Castelo Branco recebe, neste mês de outubro, a imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima. Sei que não é muito agradável para qualquer mãe (e irmãos) que seus filhos estejam ausentes nos momentos fortes da vida pessoal e familiar. Os pais sabem que é preciso celebrar estas e outras festas da vida para unir e ajudar a família a fazer da vida uma verdadeira festa, antecipação da FESTA eterna!
A minha ausência em Roma no Sínodo dos Bispos sobre a Família, não me permite a presença física. No entanto, agradecido e unido a todo o Presbitério diocesano, vivo na esperança de que a imagem da Senhora de Fátima ajudará a abrir o coração de todos os diocesanos para que recebam a Mãe de Deus e nossa Mãe no melhor cantinho do seu coração, pessoal e familiar. E, aí, Lhe prestem todas as atenções, com oração e ternura, com o encanto de filhos agradecidos e a decisão de trilhar o caminho que leva a Cristo. Que todos A recebam com tanto amor e ternura como quando Cristo, confiando plenamente em nós, no-l’A entregou com enorme delicadeza e carinho: “Filho, eis aí a tua Mãe”.
A visita da imagem peregrina será, também, momento oportuno para que toda a Diocese intensifique a oração, reze e acompanhe os trabalhos do Sínodo a decorrer em Roma, tendo presente a família, todas as famílias da nossa Diocese, sobretudo aquelas que, por causa da ausência de Deus na vida pessoal e familiar, sofrem a solidão e a instabilidade. Todas as famílias feridas pelas guerras, os exílios, a fome, a exclusão, as doenças, a separação, o divórcio, os maus tratos, o desemprego, a insegurança, a falta de habitação e de acesso à cultura e à saúde…
Neste olhar suplicante, não esqueçamos os avós que sofrem, silenciosa mas amargamente, a dor própria e a dos seus, a falência do casamento de seus filhos e netos e veem, por vezes, as crianças a serem abandonadas ou a serem objeto de disputa sem qualquer atenção à sua dor e tristeza. O Instrumento de Trabalho do Sínodo dos Bispos sublinha que a experiência do fracasso matrimonial é sempre uma derrota, não escolhida em plena liberdade, mas aceite com muito sofrimento. Uma situação dolorosa que não temos o direito de julgar, condenar ou apontar. Jesus, ao anunciar as exigências do Reino, olhou sempre com amor e ternura para todos. Acompanhou-os com solicitude de Bom Pastor, mas sem nunca prometer ou sequer insinuar o que não podia dar. Nunca fugiu à verdade das coisas e das situações, pois só a verdade transforma e eleva. O Papa Francisco, perante a diversidade de situações e sofrimento, aconselha-nos a ter “uma atitude sábia e diferenciada. Por vezes permanecendo ao lado e escutar em silêncio; outras vezes ir à frente indicar o caminho por onde prosseguir, outras vezes pôr-se atrás para apoiar e encorajar”, com respeito e humildade.
Sirvamos e rezemos por estas famílias e pessoas feridas e sofredoras. Peçamos pelos jovens para que se envolvam verdadeiramente numa séria preparação para o seu matrimónio. Demos graças ao Senhor pela generosa fidelidade com que tantas e tantas outras respondem, com alegria e fé, à sua vocação e missão, mesmo no meio das dificuldades e vergastadas da vida. Estas entenderam que “a fé faz descobrir a vocação ao amor e assegura que este amor é fiável, que vale apena entregar-se a ele, porque o seu fundamento se encontra na fidelidade a Deus, que é mais forte do que toda a nossa fragilidade”(LF 53).
Que Nossa Senhora de Fátima nos toque o coração, nos dê a graça da conversão constante e nos ajude a entender cada vez mais “a beleza, a função e a dignidade da família” e a termos uma pastoral familiar mais ousada e inovadora “que evidencie sempre o valor do encontro pessoal com Cristo, permita realçar a centralidade do casal e da família no projeto de Deus e leve a reconhecer como Deus entra no concreto da vida familiar, tornando-a mais bela e vital” (IL).
 
 Antonino Dias,
Bispo Diocesano

Vale mais só

13-10-2015 18:38

De há uns anos a esta parte tenho constatado como é difícil conversar com algumas pessoas que conhecemos e com quem nos encontramos no dia-a-dia, quer por motivos profissionais, sociais ou familiares. 

Sendo que maioritariamente são adeptas do “ desporto nacional” = dizer mal de tudo e de todos, os restantes, basicamente, dividem-se entre os que já não acreditam em nada, por isso não mexem uma palha, e os que papagueiam literalmente o que leram nos Diários ou viram nos telejornais (parafraseando um amigo meu: “óptimo para fazer arroz de cabidela, pois é só carne e sangue). 

As férias não foram fáceis, fui sentindo escassear os tempos de amena cavaqueira na esplanada ou à beira mar. Cheguei mesmo a temer dar uma gargalhada sonora ou contar uma daquelas inocentes anedotas, por recear magoar alguns rostos que, de tão solenemente sérios, pudessem levar a mal rasgos de optimismo, leveza ou, simplesmente, alegria de viver.

Lamento meus queridos amigos mas sei que não vou por aí, prefiro estar só com os meus pensamentos de paz e amizade do que carrancudamente acompanhada e a desafiar catástrofes. Não nasci para ser muro de lamentações, não tenho jeito para carpideira, nem estofo para lamechas….

Foi assim, que recusando-me a fazer parte deste cinzento problema, me lancei “Mar Adentro” e venho desafiar o meu querido leitor/a a vir comigo fazer parte da solução: “a aventura de rumar contra a maré, neste contexto onde os tristes e desanimados se arrumam e se deixam vencer pelas vicissitudes dos tempos”. Não quero ir vivendo, mas sim desafiar o presente rumo ao futuro e acreditar que as coisas têm de mudar, mas para isso é necessário o nosso empenho, ajuda e tenacidade.

Não tenhamos medo, não estejamos preocupados, mas simplesmente ocupemo-nos empregando alegremente o nosso tempo em prol das coisas boas, sejamos mensageiros de esperança, lancemos sementes coloridas, ponhamos a render os nossos talentos e provoquemos o acontecer dum mundo melhor hoje, aqui e agora.

Maria d' Oliveira

Quando eu for velhinha...

13-10-2015 18:37
Quando estudamos e trabalhamos com velhos, inevitavelmente pensamos nos nossos velhos e na nossa própria velhice. E isso no meu ponto de vista é bom! Se tivermos sempre em mente que os nossos e que nós próprios um dia também seremos velhos, as nossas acções conduzem-nos a uma conduta mais humana e menos despersonalizada.
Assim, com base naquilo que vejo, oiço e sinto diariamente fiz um texto sobre mim, que penso que possa servir de reflexão para quem como eu, convive diariamente com pessoas idosas ou, para quem possa não conviver, mas esteja interessado em saber como fazê-lo de forma correta e humana.
Quando for velhinha e eu já não souber o que quero ou estiver confusa e sem forças deixem-me num sítio confortável. Não interessa se é em casa ou num lar, eu não dou tanta importância aos bens materiais como julgam! Eu quero é estar cuidada e quentinha, o que vocês escolherem será certamente o mais indicado para mim!
Por favor, vocês sabem como eu gosto de andar gira… não sei se vou ser uma velhinha bonita mas gostava de, pelo menos, ser uma velhinha bem arranjada!
Ajudem-me a tomar banho todos os dias e incentivem-me a pentear o meu cabelo que é algo que gosto de ser eu a fazer.
Gostaria de andar sempre cheirosa.
E quanto à roupa? Detesto fatos-de-treino, a não ser que seja para fazer desposto mas não me estou a imaginar uma velhinha desportista por isso vistam-me bem com coisas bonitas, na moda e cores alegres, não quero parecer uma velha triste porque isso não condiz comigo…
Por favor, não me tirem os pelos do rosto com lâminas… eu gosto de estar bonita e com pontinhos de barba ninguém se sente bonita… mesmo que eu não veja, posso passar a minha mão e sentir e sei que isso me irá assustar!
Deixem-me escolher o corte de cabelo que quero ou, se não souber escolher, vejam fotografias minhas e percebam aquilo que antes gostava. Pintem os meus brancos! Pintem também as minhas unhas e ajudem-me a mantê-las limpas!
Por favor, incentivem-me a escovar os meus dentes se os tiver. Se não tiver lembrem-se de me colocar a prótese.
Dêem-me algo para me entreter. Sabem como fico aborrecida de não fazer nada e a televisão não me preenche. Se andar, andem comigo e levem-me a passear sempre que puderem. Se não andar, mas mexer as minhas mãos, então dêem-me lápis e canetas para escrever, desenhar e pintar. Se as minhas mãos não mexerem tão bem para isso então dêem-me livros, revistas ou jornais para que possa ler. Se os meus olhos já não virem então dêem-me música para escutar.
Falem de forma gentil para mim, assim como eu gosto! Não me infantilizem ou tratem como um bebé. Perguntem a minha opinião mesmo que eu não saiba o que diga e mostrem interesse em mim mesmo que não possam ir sempre ver-me. Basta que quando estiverem comigo, estejam mesmo ali para estar comigo e então, contem-me as vossas novidades, os vossos dilemas, partilhem comigo as vossas ambições e receios e escutem as minhas perguntas repetitivas e ideias tolas. Falem-me do mundo, da actualidade, da política, dos novos progressos e dos avanços da ciência.
 E lembrem-se sempre de quem sou!
Sara Beja
 

Escuta, Israel! Alegria, Energia, Criatividade, Penitência e Oração!

13-10-2015 18:36
“Escuta, Israel! Abre o teu coração! Quem abrir o coração e ouvir salvar-se-á. Escuta, Israel, para salvar também os outros que ainda não ouviram este grito, escuta, Israel! Há um Deus que vem ao nosso encontro. Este grito, este clamor é o resumo de toda a atitude do Senhor ao longo da história na antiga aliança, fê-lo de modos muitos e diferentes, fê-lo por meio do seu filho jesus cristo e por meio das aparições em Fátima”. Assim falou o Padre Nuno Folgado na breve homilia da oração da manhã feita pela assembleia de mensageiros que no passado sábado,12set.,se congregaram no cine-teatro de Castelo Branco para viverem o Dia Diocesano do Movimento da Mensagem de Fátima. A assembleia foi aberta e acompanhada pela presidente do secretariado diocesano, Inês Alves, e pelo assistente diocesano Diácono Francisco Alves. 
O Padre Nuno Folgado esteve presente, em primeiro lugar, como representante do Sr.º Bispo D. Antonino, e nessa qualidade se dirigiu à assembleia de Mensageiros de Nossa Senhora de Fátima. Na sua alocução inicial de saudação e boas-vindas, o Pe Nuno abordou a questão vocacional como responsabilidade e atitude de nós, no ajudar o outro, designadamente os jovens, no escutar este grito “escuta Israel!”. Também a questão dos refugiados foi lembrada como preocupação do nosso bispo, que precisa de resposta. A propósito sublinhou que «o faço o que posso não é resposta de cristão, faz o que tem de ser feito, como Cristo fez para nos salvar» e referiu o desafio do Bispo aos padres e paróquias para o acolhimento a refugiados. Mais disse que “A diocese alinha-se com o Santo Padre o Papa Francisco no desafio do ano da Misericórdia”, adiantando que, para o próximo ano 2015-16, a diocese adopta o tema pastoral: «igreja diocesana rosto(s) de misericórdia». E nome do Bispo, o Padre Nuno destacou o dia 18 de outubro como centro cronológico da imagem peregrina na diocese de Portalegre-Castelo Branco, e apelou à participação na assembleia diocesana: “todos a Portalegre!” E neste profundo apelo, deixou palavras de estímulo e incentivo aos mensageiros, concluindo que “Movimento», porque não pode estar parado, como diz o nosso Bispo; portanto, vão, mexam-se! Fátima tem a capacidade de atrair milhares, o próprio Santuário exerce essa atração, e nós somos extensões, pois também tem essa capacidade de nos atrair e às nossas vidas.  
Na saudação dirigida aos mensageiros, o Assistente Espiritual do Movimento, Padre Manuel Antunes, prestou agradecimento público e louvor aos que fizeram intercâmbio de transportes interparoquiais de outros mensageiros para Castelo Branco. Deixou também uma palavra de saudação e apreço pela presença dos mensageiros do sector infantil e juvenil, pedindo um “olhar muito especial para as crianças e jovens que precisam de ser orientadas”. Aludiu depois ao valor da oração, insistentemente pedida na Cova da Iria por Nossa Senhora aos pastorinhos e a cada um de nós. Nós que “temos de falar da Mensagem de Fátima, como mensagem bíblica, muito próxima de nós”. Foi precisamente o que fez o Padre Manuel Antunes na esclarecedora retrospectiva de toda a mensagem de Fátima: “Ao aprofundar a mensagem de Fátima percebemos que nos encontramos num mar profundo, onde a gente se sente bem mas onde nos sentimos mal porque em Portugal os que conhecem a mensagem de Fátima há uns anos eram cerca de 10%, e hoje infelizmente ainda não será muito diferente.”Manifestou o seu agrado pelo apelo do Pe Nuno, em nome do Bispo, para que se preparem e haja empenho para receber e venerar Nossa Senhora de Fátima na imagem peregrina. E que fique a mensagem do que Nossa Senhora veio dizer aos pastorinhos. Neste plano, informou que o para o ano litúrgico 2015-16, o tema escolhido para o Santuário e Movimento da Mensagem de Fátima é “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”, em ligação com as palavras de Nossa Senhora na 5ª aparição: “Deus está contente com os vossos sacrifícios”.
A partir da parábola do Bom Pastor, (Jo 10, 7-15), «Eu sou a videira e vós os ramos», o Padre Manuel Antunes falou de “ramos que produzam boas obras de simplicidade, acção apostólica”, à imagem de Jesus encanto do Pai que é encanto do Filho, dois olhares que se cruzam e donde brota a fonte de água cristalina (jo, 7 37), aquela água curativa no rio Eufrates, a água viva da clemência divina que dessedentou o povo de Israel no deserto, saída da rocha tocada pela vara de Moisés, na obediência e fidelidade à Palavra de Deus; água divina que o Senhor um dia havia de trazer ao mundo, água viva prometida à samaritana no poço de Jacob, como uma água que dá vida nova! (Jo 4, 17-18). Prosseguiu com o desafio de o cristão viver a oração, ser luz do mundo e sal da terra, qual Paulo que de perseguidor de cristãos se converteu em Paulo no grande apóstolo de Cristo. Em larga referência ao arrependimento e à conversão tão presentes nas narrativas dos encontros de Jesus com os Zaqueus e Madalenas, sublinhou a importância da penitência e do sacrifício, tão insistentemente referidos na Mensagem de Nossa Senhora em Fátima. A ilustrar a actualidade e factualidade da Mensagem de Fátima, foi reportada a História da Igreja, nomeadamente pela vida de Santos como Francisco de Assis -lâmpada na igreja; Inácio de Loyola - apegado ao terreno, descobre a diferença entre o mundano e o divino e abandona o que dá gosto aos sentidos; João de Deus, outro louco aos olhos do mundo, mas que move ação de esperança e conforto para o mundo; Teresa de Calcutá – encontra a força no sacrário; João Paulo II – em 13 maio 1991, reconhece a mensagem de Fátima como contributo e fermento para a nova evangelização em que a Igreja está empenhada. Afinal a Mensagem de Fátima fundamenta-se, radica na Bíblia, é a palavra de Deus transmitida pelo anjo e por Nossa Senhora. E esclarece o Padre Antunes, com palavras de S. João Paulo II: «Se a igreja aceitou a mensagem de Fátima é porque ela contém um chamamento… está de acordo com o chamado magistério da igreja». Temos de encarar ainda a mensagem de Fátima no aspecto ascético e místico, numa história continuada e prolongada até ao nosso tempo, cujo conteúdo de doutrina e ensinamentos são capazes de fazer grandes santos, a exemplo dos pastorinhos. E por isso e para isso, “temos de tornar a mensagem de Fátima próxima das pessoas”, disse. Retratando o perfil e santidade dos pastorinhos, o Padre Manuel apresentou o lado ascético da Jacinta, aceitação do sacrifício para conversão dos pecadores e reparação das dores do Corações de Maria e de Jesus, e o aspecto mais místico do Francisco na fixação do Sacrário, a par com a devoção de Lúcia ao Coração Imaculado de Maria como caminho para Deus, na fé de que Nossa senhora não é lugar estático mas de passagem para Deus (2ª aparição de Nossa Senhora: O meu coração é um caminho e é um refúgio!). Nesta confiança e porque Nossa Senhora foi enviada a servir-se dos pastorinhos para os colocar dentro do corpo místico de Cristo, na nossa vida de cristãos e do Movimento da Mensagem de Fátima não podemos centrar em nós, o mensageiro não pode pensar em si, tal como é dito na muito profética 3ª aparição em que Nossa Senhora pede que se empenhem no projecto de Deus. Assim o entenderam os pastorinhos e se na 4ª aparição Nossa Senhora pediu oração, já na 5ª aparição Nossa senhora viu a sua heroicidade e lhes disse: “-Deus está contente com os vossos sacrifícios”. Liga-se assim a mensagem de Fátima à afirmação de Cristo: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”, porque as crianças faziam parte do corpo místico de Cristo. Pela oferta da vida, nos sacrifícios, uniram-se à vida de Cristo, tornando-se ramos muito fortes ligados à cepa. E assim são uma força viva dentro da igreja do senhor. Neste remake, foi a assembleia interpelada no sentido de que se de facto os mensageiros e os nosso bispos instituíram o movimento, «o que é o mensageiro» senão continuador dos pastorinhos, primeiros mensageiros, depois de Nossa Senhora. Temos de fazer deles cópia para a nossa vida de mensageiros, em grupo, no levar a mensagem aos outros, com ascetismo, sentido de vida sobrenatural e mística de mensageiro que procura olhar para a Jacinta sofredora oferecida, para o Francisco contemplativo e para a Lúcia apóstola incansável do Coração Imaculado de Maria. Concluiu o assistente espiritual do Movimento com o desafio: “Vamos procurar fazer, encher o mundo desta água viva, que sejamos capazes ao longo deste ano, de refletir Deus. Sou mensageiro ou não? Tenho a preocupação de aprender, levar a mensagem e de a viver em mim para a dar aos outros? O Movimento da Mensagem de Fátima precisa de um novo rosto, de uma nova manhã, e em especial neste Portugal das aparições de Nossa Senhora na Cova da Iria. 
Concluída a manhã com a recitação do terço do Rosário pelos jovens, a tarde iniciou-se com encenação pelas crianças, centrada na prisão dos 3 pastorinhos e sua determinação na afirmação da verdade factual das aparições e na não revelação do segredo. 
As crianças e jovens deram tons e cores próprias de alegria, jovialidade e inocência ao Cine-Teatro de Castelo Branco, integradas no grande dia Diocesano do Movimento da Mensagem de Fátima. Depois da oração da manhã feita por toda a assembleia, as crianças dirigiram-se para o salão da Casa de Santa Maria, junto da Igreja Paroquial de S. Miguel Sé, acompanhadas por mensageiros jovens e adultos responsáveis pelo sector. Ali viveram uma manhã cheia de atividade, alegria e entusiasmo, cantando e aprendendo melhor a Mensagem de Fátima. 
Depois da inebriante representação das crianças no placo do cine-teatro, ainda foi tempo de regresso a S. Miguel da Sé, para uma visita “muito especial” a Jesus Eucaristia, presente no Sacrário da Igreja. Embora curto, foi um momento profundo e forte junto do Amigo Jesus, um Amigo “muito especial” daquelas crianças que, como o pequeno Francisco, começam a despertar para uma intimidade maior com Ele, o Jesus escondido.
A alocução no período da tarde coube ao Presidente recém-eleito, enfermeiro Nuno, que se centrou no valor da aceitação do sofrimento e no papel santificador da dor sacrificial, a exemplo da vivência experiencial de sacrifício dos 3 pastorinhos, terminando com o apelo missionário aos mensageiros para serem testemunhos de vida cristã à luz da fé e da mensagem de Fátima. Neste espírito de mensageiro, encerrou-se a assembleia em hino de louvor a Deus: “Louvado Sejas, ó meu Senhor!”, e dirigiram-se os passos mensageiros para a Sé concatedral de C. Branco, onde foi celebrada a Santa Missa, presidida pelo Padre Manuel Antunes, assistente nacional do Movimento da Mensagem de Fátima.
(AlfBernardoSerra)
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