Ética social – um conceito alargado do eu

24-02-2012 15:34

Não se conhece nenhuma sociedade capaz de subsistir e organizar as suas actividades sem que existam códigos morais. A expressão aristotélica "o Homem é um animal político" significa que ele é eminentemente social e, obrigatoriamente, um ser moral.

O termo ética deriva do grego "ethos", também relacionado com costumes, mas apontando para uma dimensão mais interior. Remete, igualmente, para a acção, o "ethos" grego apresenta um significado mais conotado com a intenção e com a finalidade dos actos do Homem virtuoso.

Assim, centrando-se nas intenções de um sujeito moral, a ética procura a razão de ser das acções humanas e das normas pelas quais o Homens se orienta e pauta a sua conduta de vida.

Dado que somos seres sociais, a convivência não é apenas necessária para garantir a subsistência biológica, mas também é indispensável para a nossa construção como seres humanos, mais fraternos e mais amigos.

Com efeito, sem aprendizagem social e sem a partilha de conhecimentos e experiências, sem o estabelecimento de relações e de vínculos afectivos, não poderíamos desenvolver a nossa inteligência nem construir a nossa personalidade. O Homem só se torna verdadeiramente um ser humano na relação com os outros, os que partilham da mesma natureza racional. Logo, cada um de nós, para além dos deveres para connosco temos ainda a obrigação da formação do nosso semelhante e, consequentemente, da sociedade em que vivemos.

Por ser racional e comunitário, idealiza fins orientadores da acção que vão para além da mera dimensão biológica e dos interesses individuais egoístas, tendo sempre em vista o aperfeiçoamento humano de toda a sociedade. Ninguém é feliz sozinho, o ideal da partilha e do amor ao próximo é a condição e o segredo da nossa felicidade, é a meta ética que nos leva a construir um amanhã mais luminoso, mais sorridente e mais fraterno.

 

Inês Henriques