Incêndios recordados em vitrais e cerâmica

26-07-2012 14:29

Exposição de António Dias Ribeiro patente na galeria municipal

 

 

A Serra das Talhadas e todas as suas tonalidades, variando com a passagem das chamas que varreram o concelho de Proença-a-Nova em 2003, inspiraram António Dias Ribeiro na criação dos painéis de vitrais e peças de cerâmica que compõem a exposição O cheiro a terra queimada, patente até final de agosto na galeria municipal. O conjunto tenta “levar as pessoas a identificar-se com o que se passou”, para evitar que a tragédia se repita, como explica o autor.

A exposição está dividida em quatro áreas, que representam diferentes espaços temporais. Há a serra na tranquilidade que antecedeu o fogo, com predominância do verde e do azul, seguindo-se os tons quentes que representam as labaredas. Num terceiro momento explora-se a serra despida e marcada pelas cinzas, seguindo-se a primavera e o regresso à vida.

 

Além de destacar a “qualidade invulgar” da exposição, na inauguração que decorreu sábado o presidente da Câmara referiu que se “faz justiça” com esta apresentação, já que se mantinham há meia dúzia de anos contactos entre o Município e o artista, para expor no seu concelho de origem. “Este é o primeiro trabalho que vamos fazer em conjunto, mas temos grandes ideias e projetos – alguns mais perenes”, acentuou João Paulo Catarino. A “paixão comum pela natureza” foi outro aspeto sublinhado pelo autarca, que referiu a sensibilidade do olhar de António Dias Ribeiro.

Na sessão de inauguração, em que participaram várias dezenas de pessoas, foram lidos quatro textos que interpretam os diferentes momentos da exposição. António Dias Ribeiro agradeceu a presença massiva de habitantes de Chão do Galego e Catraia Cimeira, as duas localidades em que tem as raízes, apesar de viver em Londres desde a década de 80.