Missionário com os Crismandos

31-10-2014 11:53

Todas as sextas-feiras, pelas 17h00 e durante 45 minutos, desde o início da catequese em princípio de outubro,  reúnem-se no centro paroquial de Proença-a-Nova os cerca de trinta jovens que se preparam para o sacramento da crisma agendado para 28 de junho na igreja matriz de Proença-a-Nova.
No espírito do mês das missões, no passado dia 17out, os jovens crismandos foram bafejados pela presença simpática e a palavra evangélica do Padre Paco, missionário (espanhol) do Preciosíssimo Sangue, há cerca de um mês integrado na equipa de sacerdotes responsável pela unidade de paróquias de Proença-a-Nova, Cardigos, Peral e S. Pedro do Esteval.
Dirigindo-se aos jovens, o Padre Paco falou do ideal cristão, com recurso por analogia a se ser cristão de Cristo e não a qualquer outro ídolo, o que lhe permitiu brincar com as palavras na sua língua, uma vez que cristão em castelhano é «cristiano», e lá, em Espanha, muitos jovens são cristianos mas porque fãs de Cristiano Ronaldo, não seguidores de Cristo.
Em particular e expressiva alusão ao ser missionário, o Padre Paco falou da sua experiência de missão na Guiné-Bissau, falando em especial do trabalho na educação e escolarização da população –crianças e jovens, mas também na assistência prestada na doença do corpo e claro, na evangelização das gentes africanas.
 Da narrativa predicada pelo Padre Paco, sublinho a referência feita a ter Cristo por ídolo com paixão, sem fanatismo nem cegueira, ao invés do que acontece com ídolos do mundo do futebol e de outras realidades mundanas. Homens e mulheres seguidos ontem e hoje por fãs, logo desaparecem da ribalta, abandonam e esquecem o ídolo no fracasso. Ao contrário, os Cristãos que têm Jesus Cristo por ídolo, tudo suportam em Seu Nome e até depois da morte continuam cristãos. Porque Cristo é o Amigo, que invisível, mas está sempre Lá para nós.
Elucidativa foi a história de vida do Zamora, pequeno rapaz que viveu o calvário da doença num joelho, maleita que as feitiçarias em vez de cura quase condenaram à morte. Não fora a intervenção do Padre Paco com a ajuda da Divina Providência, o envio do Zamora para a cidade de Bissau onde foi medicamente assistido, e de lá regressou curado alguns meses depois, apenas com uns centímetros a menos na perna do joelho antes doente.
Na história de acção missionária feita também no ensinar as crianças a ler e a escrever, o Padre Paco deixou o ensinamento da importância da economia e da confiança na Providência de Deus, que sempre nos dá resposta às necessidades.  Foi bonito de ver a atenção, os olhos esbugalhados, a quase incredulidade, mas sobretudo o silêncio com que os saudavelmente irrequietos e irreverentes jovens escutaram, beberam as palavras do Padre Paco. Foi uma extraordinária lição de como fazer missão apostólica, genuína e eficaz evangelização dos jovens.               ABS